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Análise e a comparação das obras escolhidas.

  • Liana Rosemberg
  • 11 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

A Vênus Adormecida c. 1510. Óleo sobre tela; 108,5 x 175 Gemaldegalerie Alter Master Dresden Alemanha.

Observem a figura acima a personagem, pela tridimensionalidade do espaço, encontra-se em destaque no primeiro plano, concordam? A inclinação da cabeça apoiada sobre o braço, o olhos fechados, a serenidade da figura, aliada à luminosidade difusa estabelece uma integração entre esta e o fundo, que são elementos que evidenciam o não conhecimento de onde e quando ocorre a cena . Pode ser manhã, tarde , a própria paisagem de fundo apenas indica que a cena ocorre ao ar livre, na natureza ! Portanto, não tem localização temporal nem espacial. Repararam ? Logo, a personagem adormecida se transforma em elemento de contemplação e beleza pela distância absoluta instaurada entre a personagem , o nu enquanto corporificação de ideia de beleza e o espectador enquanto mero observador O fato de a figura nua estar reclinada sobre um panejamento branco e vermelho , envolvida numa luminosidade difusa , e com a mão sobre o sexo, acentua a sensualidade da personagem. É o poder erótico da imagem do nu acentuado pelo erotismo velado. Perceberam o desenvolver do pensamento observando a reprodução da tela como espectadores ?

Como estabelecer uma equivalência entre o discurso figurativo visto acima e o titulo que o referencia? Venus como foi explicitado anteriormente remete anaforicamente a deusa representativa da beleza e a que preside o desejo amoroso na Mitologia Grega. Ao chamarmos de Venus Adormecida a personagem da tela instaurou uma retórica visual . A figura feminina nua passa a encarnar o conceito de beleza , objeto de contemplação , reiterando o título. Mais ainda , passa a personificar a “Venus Celeste” que preside Amor puro , belo porque pertence ao intelecto , porque que entrega total , de autodoação , evidenciado pelo próprio abandono da figura no sono ----- este Amor é atemporal e eterno ------ a própria cena o atesta já que não há como perceber nem localização temporal nem espacial , explicitado acima . Esta figura seria sem dúvida a que Renoir chamou de Venus , a beleza eterna personificada pela deusa-clássica --- a glorificação do Amor enquanto ideia --- através da figura feminina nua , sempre objeto o desejo amoroso , sensual e erótico.

Acredito que provavelmente não teria havido outra intenção de Giorgione , que a fantasia , expressa através do cromatismo e luminosidade de uma sensualidade deliberada. Fantasia essa que pode muito bem se transformar na fantasia do espectador ! Não seria essa a magia da arte?



 
 
 

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