A influência do Simbolismo Feminino na arte da representação artística
- Liana Rosemberg
- 21 de set. de 2021
- 26 min de leitura
Durante séculos, a estrutura social da maioria das nações impediu que as mulheres fossem além da maternidade e dos cuidados com a família, sendo privadas do direito à educação, ao voto e sendo consideradas como propriedades de seus maridos ou pais. Por muito tempo, foi dada à mulher uma característica de fragilidade e pouca inteligência, o que causa diversos preconceitos e dúvidas em relação à sua capacidade, até os dias atuais. No entanto, a luta por direitos iguais e contra desigualdade de gênero em praticamente todas as áreas da sociedade vem ganhando ainda mais força nas últimas décadas.
Segundo Simone Beauvoir: “Enquanto ainda tiver que lutar para se tornar um ser humano, não lhe é possível ser uma criadora” (BEAUVOIR, 2016, p. 539).
Vejamos como transparece na arte o ideário sobre a mulher ;
Idade Média outra visão
Um olhar sem preconceito, no entanto, descobre inúmeros documentos que permitem resgatar as atividades daquelas mulheres que, na escala social vigente, tinham uma posição de poder: as nobres e, em menor medida, as citadinas. As camponesas, infelizmente, como os camponeses, sofrem da exclusão dos trabalhadores.
Alienor da Aquitânia inspirou uma das mais interessantes do gênero, composta por Marion Mead; (MEADE, Marion, Eleanor de Aquitânia, São Paulo, Brasiliense, 1991. PERNOUD, Régine, Alienor d’Aquitaine ( Michelle Perrot , George Duby Histoire des Femmes v. 2.) entre os destinos que inspiraram diversos autores/ras Hildegarde von Bingen; Heloisa ; Christine de Pizan e Joana d’Arc ocupam um lugar de destaque.
Abadessa Hildegard von Bingen (1098-1170)

Abadessa beneditina de Rupersberg
Grande mística , versada nas artes medicas
poeta, música , visionária, escreve nos 1140s
Scivias uma denúncia apocalíptica do vício.
O Liber de Operatione Dei consiste numa
tentativa sutil de aproximar o espiritual e
o fisiológico impulsos fisiológicos sexuais e
sensuais . Vê o ato sexual como algo positivo
mesmo condenando veementemente a luxúria
defende o relacionamento sexual entre homem e
mulher – num sentido lato – como essencial para
a própria definição de seus gêneros , pois para
Hildegard “homem e mulher foram atraídos um
para o outro desde um plano espiritual , e se
manifestaram como seres sexuados [...] um era o
verdadeiro produto do outro. Sem a mulher o homem
não poderia ser chamado de homem , sem o homem a
mulher não poderia ser chamada de mulher . Homem e
mulher obviamente haviam sido criados um para o outro” .
( Shipperges apud Hildergard von Bingen)
A abadessa Marie de France tornou-se famosa Abadessa Marie de France

por "peças literárias perfeitas" chamadas "Lais"
contos curtos que exploram as diversas formas
contos curtos que exploram as diversas formas
de amor
Christine Pisan (1364-1405) séc. XIV e XV (trecento)

É a mais articulada dessas autoras quanto a condição feminina que já no séc.XV
ressente como injusta . Laica é considerada a primeira mulher a ganhar a vida como
escritora no sentido moderno do termo. Escreve uma biografia de Carlos V. Christine transcende o limite já imposto a seu sexo feminino . Durante a chamada “Querela do
Romance da Rosa” de Jean de Meun redige uma “Èpitre au Dieu d´Amour” (1400) contrao autor Jean de Montreuil “Que não me acusem de desatino , arrogância ou presunçãode ousar , eu mulher , opor-me e replicar a um autor tão subtil , nem reduzir o elogio devido à sua obra quando ele , é o único homem que ousou difamar e censurar , sem exceção todo o sexo feminino”. (George Duby et Michelle Perrot “Histoire des Femmes”
V.2 Plon, 1991) Trad. da autora . Ela também compõe “A Cidade das Damas” na qual
Reivindica a mesma educação para as crianças de ambos os sexo e defende o casamento contra a dupla moral . Finalmente num gesto significativo , ela se levanta em defesa de Joana D´Arc. Christine de Pisan uma mulher de mente e coração .
Renascimento e o antropocentrismo
Compreendemos por Renascimento o período correspondente ao século XIII, final da Idade Média, ao século XVII, início da Idade Moderna, nos quais significativas alterações sociais, culturais, políticas e econômicas despontaram em toda a Europa.
Os filósofos Humanistas renascentistas, a partir do século XV contribuíram para a difusão do termo “renascimento”. Humanismo foi um movimento intelectual que despontou na Itália, cujas concepções rompiam com os ideais apregoados pela Igreja Católica, sobretudo, com o teocentrismo. Para os humanistas, era necessário constituir uma sociedade em que o homem deveria ser valorizado: o antropocentrismo .
Na pintura, a transformação teve início com Giotto (1267-1337), que apresentava trabalhos com motivos naturais e figuras humanizadas . Petrarca escreveu poesias valorizando uma temática comprometida com a existência humana,
A pintura, em Florença, deu-se ao luxo de apresentar correntes diversas, que tinham como representantes Tommaso Masaccio (1401-1428), de estilo naturalista, Fra Angélico (1390?-1455), que desenvolveu uma arte mais ou menos próxima do estilo gótico, e Sandro Botticelli (1445-1510), que sintetizou as correntes anteriores .
Durante o Renascimento, assistiu-se em Itália ao surgimento de um novo fenómeno: o da mulher letrada, fruto de um entendimento do ethos que considerava o desenvolvimento intelectual e emocional imprescindível para criar o homem – e a mulher – perfeitos, e que produziu toda uma nova geração de mulheres cultas, sofisticadas e determinadas, oriundas das classes superiores.
São, de facto, poucas, as autoras femininas que se conhecem antes do despontar da idade moderna e isso deve-se fundamentalmente a três motivos. Primeiro, elas raramente recebiam a educação necessária que lhes permitisse escrever. Em segundo lugar, as mulheres não tinham acesso as funções públicas, o que lhe poderia proporcionar o conhecimento acerca do tipo de assuntos que o público literato gosta de ler. Por último, a cultura impunha o silêncio às mulheres, considerando a fala impudica uma forma de falta de castidade, alicerçada na antiga tradição, que desde a Grécia clássica, passando por Roma e pelo cristianismo eclesiástico, sustentava a teoria aristotélica de que “a mulher se deveria adornar com o silêncio” (Alberti, 1994: 45). Em face destas limitações, é extraordinário que alguma ainda se tivessem atrevido a escrever, e aquelas que o fizeram antes do século XIV, foram quase sempre freiras ou religiosas, cujo isolamento tornou as suas declarações aceitáveis .
Desde a Antiguidade que a cultura tradicional europeia considera a castidade como a quintessência da virtude feminina, contrastando com a coragem, generosidade ou liderança, usualmente consideradas as virtudes características do homem (G & Rabil Jr., 2004: XXVI). Na Europa renascentista, a reivindicação da palavra por parte das mulheres também tinha uma conotação sexual, pois através da fala a mulher podia seduzir o homem, tal como Eva seduziu Adão. Esta tenebrosa associação entre a erudição e a imoralidade, levaria a que muitas mulheres letradas escondessem a sua instrução, ou em alternativa, proclamassem uma castidade heroica exagerada . Para quê, então, educar as mulheres? Paradoxalmente, a nossa investigação concluiu que a finalidade dessa educação não residia na formação de mulheres letradas, independentes e plenamente conscientes das suas potencialidades e capacidades intelectuais, que pudessem reivindicar uma carreira académica compatível com o seu nível de conhecimentos, mas sim na produção de meninas prodígio que pudessem servir os propósitos das suas famílias, tornando-se símbolos do prestígio das suas linhagens produção de meninas prodígio que pudessem servir os propósitos das suas famílias, tornando-se símbolos do prestígio das suas linhagens !.
Leonardo da Vinci Ginevra Benci (1474-1478)

Ginevra D`amerigo Benci retrato aos
16 anos , de família rica de Florença
educada , erudita e poeta de comportamento
digno e modesto . Porque foi retratada ?
Comanda ocasionada pelo noivado com Luigi
Nicolini ou fruto do amor platônico sentimento
comum à época ? , Bernardo Bembo embaixador veneziano em Florença que teria encomendado o retrato . Atrás da tela
encontra-se a pinturaCoroa de louros , palmeiras
e jeníperos com a um Pergaminho com a inscrição "Virtutem Format decorat" .
Pergaminho com a inscrição Virtutem Format decorat

Que oferece outro tipo de
Retrato : o zimbro (ginepro)
cognato do nome Ginevra ,
o louro inclinações artísticas
e literárias a palmeira a virtude
moral . O raio infravermelho revelou
o lema de Bembo , Virtus e Honor
(virtude e honra) que pintado sob o
tema Ginevra envolve os três elementos
significa “A beleza adorna a virtude”
(tempera sobre madeira)
Leonardo da Vinci A Dama com arminho (1489-1490)

Quatrocentto
Cecilia Gallerani natural de Siena , 17 anos
filha de embaixador fazia parte da nobreza italiana . Ela e seus seis irmãos foram educadosem latim
e literatura .
O retrato foi encomendado
à Leonardo por Ludovico Sforza , il Mouro , Duquede Milão cidade que governou , a cidade de Milão
Cecilia era sua amante .
Portanto a paixão deu origem ao retrato . Cecilia era uma mulher das artes , produzindo poesias ,
letras de música e melodias . Dominava o latim e organizava encontros
sobre filosofia e literatura .
O arminho era símbolo tradicional de pureza , podendo ser associado
a seu amante Ludovico il Mouro . Acreditava-se que o arminho preferia
enfrentar a morte para não sujar sua pelagem branca . (óleo sobre madeira)
Hans Holbein Ana de Cleves (1539)

Antes de tudo, é necessário salientar alguns aspectos: Para muitos espectadores modernos, o rosto feminino no retrato de Holbein, parece
ter sido oprimido diante de toda a magnitude
e complexidade dos aparatos envolvidos,
como ricos colares e ornamentos. Porém, a opinião da maioria é que a mulher nele retratada, é de
uma beleza ”agradável”, embora não extraordinária .
Holbein era conhecido na Corte Tudor, como um artista, cuja uma das principais características
de seu trabalho, era a clareza e veracidade
de suas representações, pois elas exibiam e exibem, ”uma bela forma’’,
sustentadas por uma objetividade incomum, minuciosa observação da
realidade e das características individuais, seguidas de um equilíbrio e
uma correta estrutura geométrica de suas composições.
Observem o detalhe da roupa , as rendas dos punhos ,a delicadeza do
toucado da cabeça e as joias que ostenta . O equilíbrio da representação
é uma característica presente no renascimento do Cinquecento
Temos uma rainha virtuosa .
Tintoreto (atribuição) Veronica Franco

A Veneza do século XVI era uma cidade farta, cosmopolita
e fervilhante, famosa pela beleza e estilo de suas mulheres .
Como local chave para o comércio entre a Europa e o Oriente a República de Veneza não só era acariciada pela fortuna como tinha acesso
às novidades , influências e luxos de outros lugares .
A chamada “joia sobre as águas” era um paraíso de hedonismo em ,
seus palácios, celebravam-se as artes, a cultura e festas esplêndidas .
Criadas como pérolas raras entre toda essa ostentação , as mulheres
venezianas representavam o cúmulo do chique decadente – foram
elas que criaram a moda de “lavar a cabeça” (leia-se, pintar o cabelo
ao sol ,) criando as famosas nuances acobreadas do louro veneziano .
Entre elas, destacavam-se as famosas cortegiane (cortesãs), mulheres
deslumbrantes , de fina educação , que serviam de companhia para
os venezianos poderosos e dos forasteiros privilegiados que pudessem
pagar pelo serviço. (lembram as Hetairas gregas e as Gueixas japonesas)
As mulheres, que se dedicavam a essa vida, dividiam-se em duas classes:
a cortigiana oneste (“cortesã honesta” ou “honrada”) e a cortigiana di lume,
a prostituta comum. Entre as garotas da primeira designação Veronica Franco
foi talvez a mais famosa .
Nascida em 1546, Veronica Franco era filha de uma cortesã honrada aposentada , Paola Fracassa que insistiu para que a filha recebesse educação igual a dos seus três
irmãos. Ela estudou com professores particulares – um privilégio vedado às de boas famílias, educadas apenas para o casamento . Já na adolescência,
Veronica se casou com um médico abastado, mas a união foi um um fracasso e Veronica pediu o divórcio entretanto as leis não permitiam que pudesse reaver
seu dote . Optou por empregar a educação recebida como cortigiana onesta .
Então, aos 20 anos, figurava no catálogo “di tutte le principale piu honorate cortigiane di Venezia”. Documento que apresentava as melhores
cortesãs de Veneza e seus honorários .
Aos 25 anos, no auge do sucesso, juntou-se ao salão literário de seu patrono Domenico Venier, poeta e magnata, tornando-se membro dos “literati veneziani”, onde participava de discussões e antologias – como poetisa e editora. Em seguida, em 1575, publicou Terze Rime, uma coleção que incluía 17 poemas da sua autoria e versos dedicados à ela .
Muitos dos textos de Veronica Franco celebravam abertamente à sua condição de cortesã e tinham um conteúdo atrevido ; outros defendiam os direitos de sua classe e das mulheres de modo geral, ou respondiam às tentativas de provocação a ela dirigidas .
Veronica era, ainda, uma intérprete talentosa: sábia musicista, tocando admiravelmente alaúde e spinetta (uma versão italiana do cravo). Com uma mistura de esperteza, ousadia, inteligência e discrição, a ragazza revelava-se defensora de uma certa moral e modéstia femininas .
Durante um surto de peste, Veronica foi obrigada a deixar a cidade por dois anos. Quando regressou, viu os seus bens saqueados. Mais tarde, um pretendente despeitado denunciou-a à Santa Inquisição com falsos testemunhos de bruxaria – um problema comum para as cortesãs venezianas, frequentemente acusadas de corromper os bons costumes .
Eloquente, defendeu-se com graça e habilidade, ganhando a causa . Mas, a sua fortuna e reputação nunca se recuperariam do ocorrido .
Até a morte levou uma existência relativamente obscura , pouco facilitada pelos seus conterrâneos: viu ser recusado o seu projeto de criar um lar para mulheres desvalidas, cortesãs retiradas e seus filhos .
Observamos que as mulheres representadas condizem com o pensamento da sociedade da época e são artistas masculinos famosos que as representam .
O Iluminismo
O Iluminismo perpetuou o estereótipo comum pelo qual as mulheres eram julgadas inferiores biologicamente, social e intelectualmente inferiores . As meninas não deveriam receber educação após os doze anos de idade , porquê muita educação poderia transformar a mulher em louca , ao estimular sua curiosidade e talvez ser a causa de um amor infeliz! A crença pública sobre a ignorância da mulher não a encorajava à curiosidade em aprender por vontade própria . Meninas das classes elevadas eram treinadas para se tornarem virtuosas, obedientes, agradáveis e aptas para ser excelente nas obrigações domésticas e da família . Aquelas poucas que se aventuravam além do currículo cuidadosamente prescrito , adotavam o inequívoco conselho de Lady Mary Wortly à sua neta : “ esconder qualquer conhecimento com muito cuidado como se escondesse uma desonestidade ou defeito físico"
Apesar do preconceito geral contra as damas cultas havia um lugar aonde as mulheres podiam exibir seu conhecimentos . Este , é claro , eram os salões literários . Enquanto muitos escritores reconheciam o salão como um local de encontro para intelectuais , definiam o papel das “salonières” como uma hostess inteligente , negligenciando o óbvio , os salões eram o único lugar aonde as mulheres eram encorajadas exercitar sua inteligência e juntar-se a outros homens e mulheres cultos . Portanto , o salão era realmente uma universidade informal para as mulheres --- um local aonde podiam trocar ideias , avaliar-se com as melhores cabeças de seu tempo , receber e fazer críticas , ler seus próprios trabalhos e ouvir os trabalhos de outros , e geralmente perseguir a seu próprio modo alguma forma de educação elevada .
Cito alguns famosos salões : Madame du Deffand ; Madame Julie Lespinasse ; Madame de Sévigné existiam mais .
Marie de Vichy-Chamrond, Marquise du Deffand

Nascida: 1697, Chateau of Chamrond, Borgonha, França morreu: 23 de setembro de 1780, Paris .
Aos 21 anos de idade e sem consultar suas inclinações, seus pais a casaram com seu parente, Jean Baptiste de la Lande, marquês du Deffand . O casamento foi infeliz e o casal separou-se em 1722 .
A Marquesa du Deffand é descrita como tendo a melhor mente e o pior personagem entre os salonnières . Ela era orgulhosa, cínica, abertamente egoísta, e um historiador até se referiu a ela como uma gata . (no sentido latto do animal) .
É provável que sua sagacidade tenha atraído as pessoas ao seu salão. Ao discutir o livro On the Mind de Helvétius e seu longo discurso sobre o ponto de La Rochefouchauld - que todos os motivos humanos são egoístas, ela observou: "Bah, ele apenas revelou o segredo de todos ."
A Marquesa du Deffand hospedou um salão em Paris que atraiu cientistas, escritores, sagazes e todos os que tinham alguma importância no mundo das letras e na sociedade. Voltaire era uma de suas pessoas favoritas e ela admirava suas maneiras excelentes, sagacidade e inteligência. A marquesa e Voltaire também mantiveram correspondência por muitos anos .
O Chateau de Cirey foi a residência de Voltaire e Emilie de 1734 a 1749, e eles também fizeram viagens frequentes a Paris. Voltaire apresentou Emilie a Sra. Du Deffand e torceu para que se tornassem amigas . Emilie teria gostado dos jantares de Mme du Deffand. Os outros convidados provavelmente incluiriam Charles Henault (presidente do Tribunal de Inquérito e amigo íntimo da Rainha), Diderot e D'Alembert (editores da Encyclopédie), Montesquieu (filósofo político), Marmontel (escritor, poeta, dramaturgo ), e Mme de Staal de Launay (conhecida por escrever cartas). Certamente teria sido uma noite de conversa de alto nível . Na visão de Emilie eis uma descrição de Madame du Deffand .
Ela nasceu com intelecto suficiente, e o desejo de parecer que tinha muito, fez com que ela preferisse estudar as ciências mais abstratas do que os ramos mais gerais e agradáveis do conhecimento. Ela pensou que ganharia uma reputação maior por essa peculiaridade .
Ela não se limitou a esta ambição; ela também desejava ser princesa e se tornou, não pela graça de Deus nem pela do rei, mas por seu próprio ato. Esse absurdo continuou, como os outros ; acostumava-se a considerá-la uma princesa do teatro e quase que esquecia que ela era uma mulher de posição . E, uma superioridade mais decidida sobre todas as outras mulheres .
Fixou residência em 1747 em apartamentos do Convento de São José da rue Saint-Dominique, com entrada independente da rua. Quando ela perdeu a visão em 1754, ela contratou Mademoiselle de Lespinasse para ajudá-la a entreter seus convidados . O humor desta senhora fez com que alguns dos convidados, incluindo D'Alembert, preferissem sua companhia à de Madame du Deffand, e Mademoiselle de Lespinasse recebeu visitantes por uma hora antes que seu patrono aparecesse. Quando isso foi descoberto, Mademoiselle de Lespinasse foi despedida (1764), e o salão se desfez, pois ela levou consigo D'Alembert, Turgot e a toda camarilha literária .
Segundo Madame du Deffand a carta deve fazer compreender uma voz , mais do que desenvolver um ponto de vista . Não se trata de provar que temos razão , mas de suscitar a ilusão de uma presença . Madame du Deffand não apreciava Voltaire chefe do partido dos Filósofos menos ainda o poeta ; mas ela adorava no autor de Candide , como o prosador . (DEFFAND Madame du “Letres à Voltaire” 1759-1775 . Èditions Payot&Rivages Petite Bibliothèque 1994)
Mme Jeanne Julie Eleonore de Lespinasse (1732-1776)

Madame Jeanne Julie Eleonore de Lespinasse, mais conhecida como Mme de Lespinasse, foi uma escritora que nasceu em novembro de 1732, em Lyon, na França.1 Ela era filha ilegítima do Conde Gaspard de Vichy Chamrond e da Condessa Albon. Como Julie era filha fora do casamento, foi educada em conventos até que, aos 16 anos, depois da morte de sua mãe, ela começou a morar com sua meia irmã Marquesa de Vichy, tendo sido, também, por muito tempo criada por seu pai. Ela viveu ao lado de sua irmã durante algum tempo, mas logo virou dama de companhia de Marie du Deffand, dona de um famoso salão de literário, o qual era um dos principais pontos de encontro literário e cultural de famosos escritores. Essa tarefa era bastante cansativa. Entretanto, fez com que ela conhecesse muitas pessoas de renome na época .
Quando Mme du Deffand em 1747 perdeu a visão convidou Julie para estar em sua companhia, ela não imaginava os fatos que aconteceriam em seu salão. Julie, que sempre foi bastante bonita e inteligente, fez amizades e criou laços afetivos com filósofos, pensadores e escritores da época que visitavam o salão. Ao descobrir que Julie também se envolvia com algumas dessas pessoas, Mme du Deffand ficou profundamente irritada, o que fez com que as duas discutissem bastante e viessem a se separar . Julie levou consigo d`Alambert , Condorset Diderot e Turgot . Suas cartas foram publicadas pela primeira vez em 1809 .
Julie decidiu ter mais independência e liberdade. Foi, então, que graças a ajuda das amizades que cultivou em no salão de literário ela ao sair da casa de Mme du Deffand fundou seu próprio salão. Um dos primeiros a lhe estender a mão foi seu amigo Jean le Rond d’Alembert, conhecido filósofo e matemático, que lhe ofereceu morada e sustento. Entretanto, Julie não aceitou sua ajuda por muito tempo, pois as intenções de M. d’Alembert estavam para além de uma simples amizade e ela não pode retribuir seu afeto da mesma forma.
Na verdade, Julie estava encantada pelo Marquês de Mora, filho do embaixador da Espanha. Mas esse amor não era algo possível, já que a família dele não estava de acordo com a relação entre os dois. Mora teve de regressar para a Espanha, mas, com a distância, os dois começaram a trocar cartas de amor. Entretanto, inconformada com a relação impossível com Mora, Julie manteve relação com outros amantes, dentre eles estava M. Guibert, por quem veio ter uma grande paixão . Mesmo com essa complexa relação com seus dois amantes, Mme de Lespinasse se correspondia com Mora, que veio a lhe pedir em casamento. Mas, algo inesperado aconteceu: Mora, que já estava com a saúde frágil, teve uma grave doença e morreu antes que pudesse casar-se com Julie .
Sentindo-se culpada por seu coração dividido, Julie nutriu por muito tempo sentimentos de tristeza e desespero. E, mesmo com a continuação de sua relação com M. Guibert, os remorsos atrapalharam sua saúde. Ela pensou diversas vezes em cometer suicídio :
” J’ai souffert, j’ai haï la vie, j’ai invoqué la mort… Oh ! qu’elle vienne ! et je fais le serment de ne pas lui donner de dégoût et de la recevoir au contraire comme une libératrice !” “Eu sofri, eu odiei a vida, eu invoquei a morte... Ah! Que ela venha! E eu não a darei o desgosto e a receberei, pelo contrário, como libertadora!” (Tradução d autora). De igual forma, Mme de Lespinasse também não chegou a casar-se com M. Guibert, pois ele se casou com outra mulher. Posteriormente a esse acontecimento, Julie, triste, sozinha e desesperada veio a morrer aos 44 anos em 1777 .
A vida e a obra de Mme de Lespinasse mostram sua sensibilidade diante do mundo e de suas paixões intensas e envolventes. « Il n’y a qu’une chose qui résiste, c’est la passion et c’est celle de l’amour, car toutes les autres resteraient sans répliques. (…) Il n’y a que l’amour-passion et la bienfaisance qui me paraissent valoir la peine de vivre.» “Se há apenas uma coisa que resiste, é a paixão, é o amor, porque todos os outros não teriam réplicas. (...) Só o amor apaixonado e caridade que parecem vale a pena viver” . (tradução da autora)
A escrita feminina no século XVIII estava em momento de emersão, dito de outra forma, era um momento em que textos de mulheres começaram a ser lidos e admirados. Entretanto, ainda não se era dado seu devido valor. Podemos observar isso até mesmo nos dias atuais, tendo em vista que temos um registro ainda escasso de tais obras. Muitos textos sumiram, outros foram assinados com pseudônimos masculinos; o que dificulta um pouco as pesquisas nessa área. Mme de Lespinasse é um exemplo entre tantas escritoras importantes dessa época. Sua obra, basicamente composta por cartas, veio a ser publicada de forma póstuma e hoje é de grande importância para a literatura mundial. Duzentas cartas , três anos de louca paixão e vida mundana , de uma alma de fogo e dor, de uma mulher exemplo de um destino trágico . Suas cartas são obra de uma grande amorosa .
(CARMONTELLE, Louis. Mme Jeanne Julie Eleonore de Lespinasse. Coleção: De Agostini Editore.)
LESPINASSE, Julie. “Lettres” Éditions de La Table Ronde Paris , 1997
Madame Vigée Lebrun autoretrato

Vigée LeBrun era filha de Louis Vigée, um artista de sucesso que a incentivou a pintar e se interessar por arte. Além do pai, ela ainda foi aluna de Gabriel Briard e recebeu incentivo de artistas conhecidos como Joseph Vernet, Hubert Robert e Jean-Baptiste Greuze. Louis Vigée morreu quando a filha tinha apenas 12 anos de idade. A mãe casou-se novamente com um rico joalheiro que controlava sua renda, por isso Vigée Le Brun sustentou-se desde a adolescência com a venda de seus quadros. Nesse período ela já pintava profissionalmente e ganhava cada vez mais prestígio popular, atraindo clientes ricos que almejavam ter um retrato pintado pela artista .
Era pouco comum mulheres ganharem fama por seus talentos e habilidades, especialmente, como artistas, profissão que geralmente permeava o universo masculino. Como já foi explicado anteriormente quando abordei Mulheres Artistas Invisíveis . Mas algumas mulheres artistas se destacaram como Elisabeth-Louise Vigée Le Brun .
Vigée LeBrun foi uma pintora francesa do século XVIII nascida em 16 de abril de 1755 em Paris. A artista ganhou fama pelo de modo elegante e lisonjeiro de suas pinturas tornando-se uma das retratistas mais requisitadas da França, tendo, entre seus clientes, a própria rainha de França Maria Antonieta
Em 1774 a jovem artista foi aceita na Associação de Pintores da Académie de Saint-Luc, Naquela época, uma mulher estudar em uma academia de artes e desenhar modelos vivos era motivo de escândalo. Vigée LeBrun não se importou com as críticas tornando-se a primeira mulher a matricular-se numa academia de artes.
Dois anos mais tardes ela se casou com Jean-Baptiste LeBrun, Também artista e comerciante de arte. Com ele teve apenas uma filha Jeanne-Julie-Louise e um marido
jogador , mulherengo que ela sustentou com seu trabalho . Já era uma artista talentosa e famosa quando em 1779 pintou o primeiro retrato da rainha Maria Antonieta no Palácio de Versalhes. Desde de então se tornou a retratista oficial da rainha , retratando-a cerca de 30 vezes. Em 1787, a rainha Maria Antonieta posou para a artista junto dos seus três filhos um retrato de cunho político, mostrando o quanto a rainha era boa mãe e não tão fútil como declaravam suas inimizades . Vigée Le Brun, sempre muito elegante, usava pinceladas soltas e cores vigorosas e brilhantes, retratando seus clientes da maneira mais lisonjeira possível. A rainha gostava tanto de sua pintora oficial que oportunizou que a artista entrasse para a Académie Royale de Peinture et de Sculpture, de grande prestígio na França que praticamente aceitava mulheres , pouquíssimas conseguiam ser aceitas .
Existe uma carta que diz: “A Académie executando com profundo respeito as ordens de seu soberano , recebeu a demoiselle Vigée , esposa de Seur Le Brun , acadêmica pela reputação e talento , convidando a dame Vigée Lebrun a trazer suas obras na próxima assembleia . A académie ainda deliberou que será feita uma carta de agradecimento a M. d`Angivillier de ter conservado seus estatutos e de ter fiado irredutivelmente nome de acadêmicas a quatro . ... e ainda reforça que já recebeu o título pela indicação e proteção da qual ela foi honrada nada mais se justifica”. (Tradução da autora)
Vigée Le Brun foi obrigada a se exilar durante a Revolução Francesa , viajou por todos os países da Europa retratando mulheres nas quais sempre percebia beleza .
Ainda que fosse mais conhecida por seu trabalho como retratista, Vigée Le Brun também produziu telas com outros temas como temas mitológicos e alegóricos .
Vigée LeBrun publicou seus diários, intitulados Souvenirs entre os anos de 1835 e 1837. A artista morreu em sua residência em Paris no dia de 30 de março de 1842.
(VIGÉE LEBRUN, Elizabeth, Souvenirs v1.2. Èdition Des Femmes 1984 PARIS)
Vigée Lebrun retrato com a filha Julie

Retrato de Varvara Ivanova Nichkren

Retrato de Helena Radizwill

Retrato de madame duBarry

Rainha Marie Antoinete e filhos

Pintor acadêmico Les Parleuses

Madame Vigée Le Brun foi artista famosa na época pelo talento e habilidade na pintura a pastel, mas também , talvez por possuir o patrocínio real e ingressar na Académie Royal des Beaux Arts , a artista abriu caminho para o ingresso de outras artistas femininas como observamos na carta acima .
O século da grandes mudanças : revoluções , descobertas e inovações em diferentes áreas do conhecimento político , científico , social e artístico
O século XIX (século 19) é o período compreendido entre os anos 1801 e 1900. Foi uma fase de inúmeras mudanças na história mundial, marcada por revoluções, descobertas, críticas e inovações . Nesta mesma época viveram filósofos e pensadores que criaram teorias e reflexões que foram responsáveis por alterar alguns padrões da sociedade da época . Nas artes em geral foi um período bastante criativo e inovador, responsável pelo surgimento de movimentos importantes, como Romantismo, Naturalismo, Realismo, Impressionismo, Já na área das ciências e da medicina foi um período de avanços em pesquisas, com criações e descobertas que revolucionaram os rumos da história, tais como a invenção do primeiro carro e a descoberta de Rádio e de Polônio , graças ao casal Curie com a pesquisadora conhecida internacionalmente Marie Curie . Na literatura o Parnasianismo e o Simbolismo .
O século XIX também foi muito rico para a filosofia, com o surgimento de teorias que são até hoje estudadas, como o Positivismo de Auguste Comte, o Marxismo de Karl Marx e Friedrich Engels e o Pragmatismo de Charlie Sanders Peirce, William James e Oliver Wendell.
Na arquitetura destaca-se o ressurgimento do estilo gótico medieval (neogótico) e o surgimento do Art Nouveau francês, no final do século , assim como o urbanismo .
No Brasil, o século XIX foi marcado por alguns acontecimentos importantes, nas artes como: a Missa de Nossa Senhora da Conceição do Padre José Maurício , escritores como Joaquim Manuel de Macedo , José de Alencar , Machado de Assis , Bernardo de Guimarães , Álvares de Azevedo, Teófilo Dias que com Fanfarras inaugurou o Parnasianismmo , e pintores como Vitor Meireles ,(Primeira Missa do Brasil) Pedro Americo , (Indepêndencia do Brasil) Benedito Calixto (Proclamação da República)
Mas qual a posição das mulheres artistas? Quais os temas em voga ? ainda estariam afinados com a ideologia de antes ditada pela igreja e a pela sociedade?
Vejamos no Brasil
Até 1889, as mulheres eram proibidas de se inscrever na maior parte dos cursos superiores. Apenas após a proclamação da República, o acesso foi liberado e, mesmo assim, ainda havia uma forte oposição da sociedade . A principal instituição responsável pela formação era a Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro , escola que monopolizava as poucas chances de carreira e projeção, organizando exposições e concedendo bolsas para o exterior aos alunos que se destacassem.
Desde 1889, as mulheres eram aceitas dentro da instituição. Porém, havia inúmeras dificuldades, desde salas e ateliês separados ou restrições ao acesso às aulas de modelo vivo. O estudo do nu era considerado uma das etapas essenciais na formação dos artistas. No entanto, para a moral da época, era um escândalo que as mulheres se juntassem a um grupo, formado majoritariamente por homens, para contemplar modelos despidos .
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1897, a jovem paraense Julieta de França se matriculou na aula de modelo vivo da Escolas de Belas Artes, sendo a única mulher do curso . Interessada pela escultura, a paraense se destacou no curso da Escola de Belas Artes, tendo sido a primeira mulher a obter o prêmio de viagem ao exterior. Na França, ela aperfeiçoou suas habilidades com o mestre da escultura Auguste Rodin, já tido como uma grande referência .
Em sua luta por reconhecimento, essas artistas também tiveram que se contrapor à categoria de amadoras que lhes era atribuída. A prática artística era considerada uma profissão masculina , um dos principais meios de escapar dos obstáculos impostos era o autorretrato .
As artistas do período adotaram diversas estratégias para contornar esse estereótipo, afirmando-se como profissionais. Na França, por exemplo, a pintora Rosa Bonheur se vestia com roupas masculinas para poder caminhar e observar livremente os animais que depois retratava em suas telas. Mas ,um dos principais meios de escapar dos obstáculos impostos era o autorretrato como veremos .
A pintora carioca Abigail de Andrade foi uma das que produziram autorretratos relevantes, que construíam sua imagem como a de uma artista confiante, organizada e metódica no trabalho. Obras como os autorretratos de Andrade ou as esculturas de França ainda são pouco conhecidas, mesmo pelo público especializado!
Alguns trabalhos dessas artistas fazem parte do acervo de instituições como a Pinacoteca do Estado de São Paulo e o Museu Nacional de Bela Artes. Porém, outras obras, como as de Abigail de Andrade, ainda pertencem a coleções privadas, estando inacessíveis ao público.
Ambas as tela pertencem a Coleção Sergio e Ecilda Fadel , a qual tive acesso como historiadora da arte e ao pesquisar sobre Pedro Américo para minha tese de doutorado .
Abigail de Andrade Autoretrato


Abigail Andrade Estendo roupa
Julieta de França (1870-1951) escultora
Atelier da escultora o olhar (gesso)

Julieta frança Cabeça de mulher


A maquete não foi aceita por e tratar da ideia de uma mulher , e esse tipo de arte
era impróprio para a mulher e a escultora acabou ficando mal vista pela ousadia e atrevimento de reclamar por entender que tinha sido preterida apenas por ser mulher !
Vejamos a mudanças artísticas na Europa
ARTISTAS MULHERES DO MOVIMENTO IMPRESSIONISTA
FIGURAS PIONEIRAS QUE AJUDARA
A MOLDAR O MOVIMENTO
Quando os impressionistas estrerarm seus trabalhos como um grupo em 1874, os críticos foram rápidos em rotular sua arte de “feminina”. Suas telas eram pequenas, suas paletas de cores eram muito claras, suas pinceladas eram muito soltas. Fatias da vida cotidiana – paisagens marítimas e jardins, mães e filhas – apareceram no lugar de cenas históricas moralizantes.
“Somente uma mulher tem o direito de praticar rigorosamente o sistema impressionista”, escreveu o crítico Téodor de Wyzewa em 1891. “Ela só pode limitar seu esforço à tradução de impressões”. Artistas masculinos segundo os críticos pareciam sugerir, que teriam optado por algo completamente diferente .
Na França do século XIX, as mulheres eram praticamente incapazes de obter uma educação artística formal, pois o estudo da forma nua era considerado escandaloso. Mas as restrições impostas às mulheres não terminaram dentro do estúdio. As mulheres solteiras foram impedidas de sair de casa sem um acompanhante, e esperava-se que cuidassem da casa ou passassem um tempo com artes decorativas na companhia de outras mulheres. As impressionistas femininas – muitas das quais foram subvalorizadas ou totalmente ignoradas pelo cânone histórico – exploraram esses limites, produzindo trabalhos introspectivos que tratavam das condições sociais de seus criadores. Em 1894, o crítico Henri Focillon destacou três deles como as “Les Trois Grandes Dames” ou “As Três Grandes Damas” do movimento: Berthe Morisot, Mary Cassatte Marie Bracquemond. O trio atuou como colegas e amigos dos principais membros do movimento. Édouard Manet, por exemplo, era um grande admirador da audaciosa pincelada de Morisot – tanto que, de fato, ele exibiu uma pequena coleção de suas pinturas em seu quarto.
As sensibilidades revolucionárias dessas mulheres permitiram-lhes canalizar estados interiores que muitas vezes eram desconhecidos pelos homens; apenas recentemente eles começaram a receber o que lhes era devido. Abaixo está um guia para algumas das mulheres pioneiras do Impressionismo, bem como para alguns artistas notáveis que seguiram sua liderança.
Berthe Morisot (1841-1895)
Berthe Morissot O Jardim de Maurecourt

Berthe Morisot é a mais conhecida das impressonistas, tendo recebido uma retrospectiva individual que viajou pela Europa e América do Norte a partir de 2018 . Nascido em 1841,Morisot apareceu pela primeira vez aos 25 anos no Salão de Paris de 1864. Morisot foi a única mulher convidada a participar da primeira exposição impressionista (anteriormente denominada Sociedade Anônima de Pintores, Escultores e Gravadores) em 1874, e passou a participar de todas, exceto uma das oito exposições entre 1874 e 1886. Ela estava perto de Manet, até se casando com seu irmão, e os dois se influenciaram, de uma maneira que acabou movendo seu trabalho em direções mais ousadas e abstratas. Ela pintado com pinceladas soltas e ousadas que enfatizavam a expressividade sobre o naturalismo. Um crítico escreveu na época: “Sua pintura tem toda a franqueza da improvisação; é realmente a impressão captada por um olho sincero e prestada com precisão por uma mão que não trapaceia. ” No The Garden at Maurecourt (ca. 1884), ela descreve uma mãe olhando para o filho com pouco sentimento, talvez até tédio ou exaustão. Com sua representação sondadora do estado mental de sua babá, a pintura exemplifica a sensibilidade de Morisot. Morisot morreu de pneumonia em 1895, aos 54 anos,. deixando para trás uma obra que sugere as novas descobertas que ela estava prestes a fazer .
Morissot Madame Boursier e seu filho Morissot Saindo do Banho


Morissot A sala de jantar

Berthe Morissot Auroretrato

Mary Cassatt (1893-189) Mary Cassat A festa náutica

Mary Cassatt era a única americana entre os impressionistas fundadores. Ela veio de uma família abastada de Pittsburgh, que apoiou uma educação formal em artes na Academia de Belas Artes da Pensilvânia e depois na Europa, depois que a famosa escola da Filadélfia rejeitou seus pedidos de estudar modelos nus. Durante suas viagens pelo continente, aprendeu com mentores acadêmicos como Jean-Léon Gérôme e Édouard Frère e estudou obras-primas clássicas de Correggio, Velázquez, Rubens. Ela se estabeleceu em Paris em 1874 , onde começou a mostrar regularmente seus retratos no salão. Em 1877, Degas a convidou para começar a se apresentar com os impressionistas, e ela participou de quatro das oito exposições. “Nenhuma mulher tem o direito de desenhar assim”, disse Degas ao ver o vídeo de Cassatt.Jovens mulheres colhendo frutas (1891). Ela aceitou o insulto velado, e os dois mantiveram uma amizade próxima, baseada no respeito compartilhado pela composição assimétrica e pelas estampas clássicas japonesas. Cassatt se sustentou como uma bem-sucedida retratista e gráfica, tendo se declarado imprópria para o casamento ou a maternidade. Apesar disso, seu assunto era frequente. a relação entre mães e filhos. Em contraste com as pinceladas ousadas e expressivas de Morissot, Cassatt frequentemente retratava as características faciais e a figura de seus amigos e familiares com grande precisão. Em The Boating Party , a expressão do homem é obscurecida, colocando o foco em uma mulher e uma criança habilmente processadas. Cassatt disse uma vez que seu objetivo era retratar mulheres como”Assuntos, não objetos.
Mãe camponesa

Cassat Autoretrato

Cassat Toalete da criança

Mãe e bebé no ombro

Cassat O penteado

Marie Bracquemond (1840-1916)
Braquemont No terraço de Sèvres 1880

Marie Bracquemond não teve o mesmo apoio financeiro que permitiu que seus colegas prosperassem criativa e comercialmente. Ela foi autodidata em grande parte, com seu exemplo principal de educação artística oficial, através do pintor Jean-Auguste-Dominique Ingres, com quem foi convidada para estudar. Apesar do prestígio de Ingres, Bracquemond acabou saindo de seu estúdio, escrevendo que o pintor mais velho “duvidava da coragem e perseverança de uma mulher no campo da pintura.…"
Braquemont Pierre e a tia

Braquemont Felix Braquemont no estúdio/atelier

Eva Gonzales (1849-1883)
Eva Gonzalès no camarote doTheatre des Italiens 1874.

Gonzalès nunca exibiu com os impressionistas, mas ela era próxima de alguns dos principais artistas do movimento – incluindo Morisot – e sua arte é estilisticamente semelhante ao trabalho deles. Como outras aspirantes a artistas femininas na França do século XIX, Gonzalès foi impedido de frequentar a É cole des Beaux-Arts, embora, como Morisot e Cassatt, sua rica educação lhe proporcionasse a oportunidade de participar de aulas particulares. Em 1869, ela conheceu Manet em Paris e se tornou sua única aluna formal. A influência dele sobre o trabalho dela é evidente na perspectiva plana de A Box, no Theatre des Italien , com o olhar direto do sujeito. No ano em que se conheceram, Manet criou um retrato de Gonzalès e, em resposta, ela produziu sua própria série de auto-retratos, afirmando sua identidade como profissional – algo muito mais que um museu. Ela morreu em 1883 aos 34 anos de embolia após o nascimento de seu filho, tendo atingido seu objetivo de expor no prestigiado Salão de Paris. Em 1885, uma retrospectiva de 90 peças de seu trabalho foi realizada no Salons de la Vie Moderne, em Paris .
Gonzales O chá da tarde

Gonzales A toalete

Gonzales Praia do Dieppe vista do Cliff West

Gonzales Vaso de flores

Cecile Beaux (1855-1942)
Cecile Beaux Portrait of Mrs
JedidiahRichardsBeaux cousin
Leavitt

Cecilia Beaux, nascida na Filadélfia, se tornou uma das pintoras de retratos mais importantes de sua geração. Ela viajou para Paris no final da década de 1880, absorvendo o jogo de luzes e o foco suave dos impressionistas e pós-impressionistas. Ela imprimiu seus elementos de estilo em seus retratos, resultando em uma síntese distinta de figuras finamente definidas, em camadas sobre fundos de cores ousadas, no estilo de John Singer Sargent.
Beaux Maré Baixa Annisquam River

Cecie Beaux Autoretrato

Lilla Cabot Perry (1848-1933)
Lilla Cabot Perry La petite Angelle

Lilla Cabot Perry foi criada em Boston a riqueza da familia permitiu que
ela se mudasse para Paris onde se apaixonou pela maneira como
os impressionistas , em particular Claude Monet experimentaram os efeitos da luz .Ela colecionou alguns trabalhos de Monet eventualmente
tornou-se sua aluna informal depois de um encontro casual durante suas
viagens anuais à cidade de Giverny
onde criou suas pinturas icônicas de nenufares . Trabalhando o estilo
impressionista ajudou a a trazer o estilo do movimento aos Estados Unidos .
Lilla Cabot Menina na janela

Lilla Cabot Concerto ao ar livre

Lilla Cabot O pessegueiro

Podemos reparar que as mulheres pintoras se tornam profissionais , apesar das dificuldades , entretanto , a temática ainda atende ao ideário estabelecido pela sociedade . retratam mães e filhos , cenas de família , as vezes alguma cena mais íntima feminina , paisagens , flores , nada de cenas de nus masculino ou feminino .
ou seja nada que possa desagradar ou ferir a moral vigente .
Linda pesquisa, Liana! Obrigada por compartilhar 🙏😘